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A Internet das Coisas vai Matar (ainda mais) sua Privacidade?

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Por Omarson Costa (*)

 Fonte: Algosobre

Já parou para pensar que seu carro, agora equipado com um computador de bordo, pode ser invadido por um hacker? E seu coração? Será que também não está sujeito a um ataque cibernético caso você seja usuário de um monitor cardíaco? Acha que é ficção? Então, caso não tenha ficado sabendo, começo este artigo relatando dois casos verídicos.

Há 3 anos a Fiat Chrysler Automobiles convocou 1,4 milhão de proprietários do Jeep Cherokee depois que hackers conseguiram assumir o controle do motor, dos freios e da direção do veículo através do seu sistema de conectividade. Já imaginou o estrago que poderiam fazer caso colocassem alguma maldade em prática?

Mais assustador ainda foi o recall da Abbott, que se viu obrigada a notificar a FDA (Food and Drug Administration) ao descobrir que 465 mil portadores de marca-passo poderiam correr risco de morte por conta de vulnerabilidades de segurança nos seus aparelhos. Por sorte não foi preciso retirar e recolocar o equipamento, bastando apenas fazer uma atualização do firmware em 3 minutos.

Até pouco tempo nossa maior preocupação era se o antivírus do computador estava atualizado. Não damos atenção nem mesmo aos nossos celulares, que ao se tornarem inteligentes passaram a ser tão ou mais perigosos do que os PCs. Eu mesmo já fui vítima de um ataque ao meu smartphone. Só que agora, leitor, o risco está em toda parte – no voicebot, na geladeira, na cafeteira, na babá-eletrônica, nas câmeras de segurança, na TV, no smartwatch e outros wearables ou em qualquer outro device dotado de Wi-Fi. Imagine se toda sua casa espionasse todos os seus hábitos compartilhando todos os seus dados pela internet ? Pois isto já está acontecendo.

A partir de hoje, caro leitor(a), o único jeito de se manter seguro é voltar ao tempo das cavernas.

Por que? Ora, basicamente porque tudo estará cada vez mais conectado, monitorando e trafegando seus dados pessoais até mesmo enquanto está dormindo. Onde você esteve, com quem, o que comeu e bebeu, qual filme assistiu, que horas foi pra cama e qual será sua agenda do dia seguinte.

Se acha que sua vida está sendo exposta apenas nas redes sociais ou enquanto navega pela Web, é bom ficar atento. O rápido desenvolvimento e adoção da Internet das Coisas, um mercado que deverá girar US$ 11,1 trilhões em 2025, segundo o McKinsey Global Institute, irá, em outras palavras, exterminar nossa privacidade. Ou se preferir ter uma visão mais otimista, podemos dizer que a nossa privacidade será compartilhada (mesmo quando você não deseja compartilhar).

O volume de dados trafegados por minuto na Internet é assombroso. Segundo levantamento da Visual Capitalist, a cada 60 segundos são realizados 900 mil logins no Facebook; 4,1 milhões de vídeos são assistidos no YouTube; 46.200 fotos são postadas no Instagram; 452 mil tweets são publicados e 3,5 milhões de buscas são feitas no Google. Dá pra imaginar a quantidade de informações recolhidas na nuvem antes mesmo de eu terminar de escrever este parágrafo?

Fonte: Visual Capitalist

Não à toa a IoT é hoje pauta das maiores empresas de tecnologia do mundo. Amazon, Google, Ericsson, Apple, Samsung; todas elas desenvolveram plataformas para conectar suas coisas ou, melhor dizendo, sua vida, dando à luz ao que eu chamo de Estado 3.0, uma evolução do Estado que até então era o único a catalogar os dados pessoais dos cidadãos.

Historiadores dão conta de que o primeiro documento de identidade legalmente reconhecido foi criado pelo rei Henry V, da Inglaterra, em 1414. Até a Primeira Guerra Mundial a maioria das pessoas não tinha um documento de identificação. O uso de fotos nos passaportes e RGs só se tornou comum no início do século XX. Atualmente, os documentos eletrônicos de alguns países já incluem informações biométricas, como reconhecimento facial e de íris.

No Brasil, apenas por curiosidade, o primeiro RG foi emitido em 1907 para Edgard Costa, que era presidente do Gabinete de Identificação e Estatística da Polícia do Distrito Federal. No século XIX praticamente nada era documentado no Brasil, cabendo à Igreja o registro de casamentos e óbitos.

E foi a partir daí que nossa privacidade nunca mais foi a mesma.

No Estado 1.0, pré-Internet, fomos obrigados, como somos até hoje, a emitir documentos (No Brasil temos o RG, CPF, CNH e tantas outras certidões) que nos identificam e asseguram nossa existência dentro de um País delimitado geograficamente. Cada Estado reúne informações apenas de seus cidadãos considerado nativos sob suas leis e algumas informações sobre os estrangeiros residentes ou em trânsito. Para sermos alguém perante o Estado, somos forçados a ter nossos registros e, para usufruirmos dos serviços públicos, pagamos os impostos.

O Estado 2.0 nasceu com o SixDegrees, a primeira rede social, que foi seguido por tantas outras como o Friendster, MySpace, Orkut, derrubando as fronteiras físicas entre os países e coletando informações de todos os cidadãos ao redor do mundo. Nosso perfil no Facebook pode ser visto em qualquer lugar do planeta, com exceção, claro, em países onde o acesso a Internet é controlado. No caso das redes não somos compelidos a criar nossas páginas, mas se quisermos fazer parte o preço é nossa privacidade. Ninguém mais se ilude. O Facebook, o Twitter, o Instagram; todos sabem (quase) tudo sobre nós.

A Internet das Coisas veio inaugurar o Estado 3.0 e com ela, não custa reforçar o alerta, nossos dados passaram a ser capturados 24×365 (24 horas, 365 dias por ano) e por toda parte, querendo você ou não. Sua casa, seus eletrodomésticos e eletrônicos, seu carro, seu relógio, tudo que está ou um dia estará conectado na nuvem será o Big Brother da sua vida real.

Neste novo “Estado interconectado” não há mais fronteiras e praticamente não haverá mais nada que os fabricantes de “coisas” não possam saber sobre você. E todas estas informações ao seu respeito, tenha certeza, serão monetizáveis por estas empresas com a venda de publicidade, produtos e serviços. É assim que elas sobrevivem.

Portanto, sinto informar, não tem mais jeito: se quiser garantir sua privacidade puxe todos os cabos da tomada.

O nascimento do Estado 3.0, sem fronteiras, trouxe uma disruptura que acabou suscitando discussões calorosas no universo do Direito. Afinal, se nos tornamos cidadãos digitais do mundo quem irá nos proteger do uso inapropriado de nossos dados? Como legislar um país sem fronteiras? Como iremos garantir nossa privacidade no futuro? Ou teremos que nos conformar com o fim da vida privada?

O primeiro e mais importante passo para tentar barrar o avanço das “coisas” sobre nossos dados pessoais foi dado pela União Europeia com a entrada em vigor, em maio passado, da GDPR (General Data Protection Regulation), que impôs uma série de restrições às empresas na coleta e uso das informações de seus clientes e usuários. As pessoas já podem, por exemplo, pedir que seus dados sejam removidos. Outra exigência é que os menores de 16 anos precisam do consentimento expresso dos responsáveis para usar serviços digitais. Em caso de descumprimento as empresas poderão pagar multas de até 4% do faturamento total anual.

A nova lei europeia acionou uma corrida mundial das empresas de tecnologia para se adequarem às novas regras e vários países estão formulando novas leis. Nos Estados Unidos, o Governo da Califórnia referendou uma nova lei de privacidade que irá obrigar as empresas que armazenam informações pessoais, como o Google e o Facebook, a revelar detalhes sobre os dados que coletam e a garantir aos consumidores o direito de não ter seus dados vendidos. O governo de Trump também vem realizando seguidas reuniões com empresas do setor para discutir leis federais. Aqui no Brasil, o presidente Temer deve assinar até o final de agosto o projeto de lei PLC 53/2018, que irá disciplinar a proteção aos dados pessoais.

O terremoto recente nas gigantes de tecnologia depois da revelação do uso inapropriado dos dados dos usuários, como no escândalo da Cambridge Analytics, acendeu o sinal amarelo, pra não dizer vermelho. No fechamento deste artigo, as ações do Facebook e do Twitter continuavam a cair. Os acionistas estão desconfiados, e com razão, que o aperto no uso das informações colocará em questionamento o modelo de negócios das redes sociais. Não é coincidência que Zuckerberg criou um setor totalmente dedicado à questão da privacidade. Google, Apple e Amazon também anunciaram uma série de medidas para assegurar maior privacidade.

Mas não se enganem! Sua privacidade estará sendo vigiada a toda hora, em qualquer lugar. A menos que queira se tornar um eremita, não há mais como se esconder na era do Estado 3.0. Mas acredito que ninguém mais consegue viver sem dar aquela espiadinha no WhatsApp, não é mesmo?

(*) Omarson Costa é formado em Análise de Sistemas e Marketing, tem MBA e especialização em Direito em Telecomunicações. Em sua carreira, registra passagens em empresas de telecom, meios de pagamento e Internet

 Este artigo representa minhas opiniões pessoais.


Por que você precisa ter Instagram skills?

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(Crédito: Omkar Patyane/Pexels)

Você sabia que apenas uma rede social é suficiente para mudar o futuro da sua marca?

Diante da influência da era da super estimulação sobre todos os formatos de negócio, o branding digital nas redes sociais é, sem dúvida, uma das estratégias mais fortes para a comunicação da sua marca ou produto.

Pode ser que haja um gap (lacuna/espaço) entre o que você pensa que sua marca transmite e o que ela transmite de fato. Isso é branding, o trabalho que você desenvolve para gerar um bom sentimento do seu público em relação ao seu trabalho.

Estamos vivendo uma época em que a vida pessoal e a digital não estão mais separadas. Por isso, investir tempo em planejamento estratégico para o Instagram é fundamental para qualquer um que queira atualizar sua imagem, tanto pessoal quanto para o seu negócio. Seus clientes estão interessados em saber quem você é, quem é a pessoa por trás do seu brand. Muito mais do que imaginamos, as pessoas estão interessadas em lifestyle e na aproximação de uma marca com o público. Ou seja, você precisa humanizar em vez de trabalhar só um posicionamento institucional.

Saiba que o que você posta nas redes sociais diz muito sobre sua essência. Precisa haver uma coerência entre seu perfil pessoal e sua marca — caso você vincule um ao outro — pois uma vez que os conteúdos são coerentes, a credibilidade é maior. Por exemplo, se você possui um perfil voltado para uma marca de comidas saudáveis, não é coerente você postar constantemente que está em uma rede de fast food.

Focar em uma rede pode ser mais eficaz para transformar o branding da sua empresa. E alguém tem dúvidas de qual seria a melhor? O Instagram é a rede social que mais tem se destacado atualmente. Falando em números, a plataforma teve um crescimento gigantesco nesses últimos anos. Em 2017, por exemplo, atingiu um total de 700 milhões de usuários cadastrados (segundo divulgação na Adweek). Os números da rede são impressionantes! Por dia, são mais de 250 milhões de usuários ativos no Instagram Stories. Isso significa que o Instagram se tornou tão bem posicionado na mídia digital quanto o Twitter, o Facebook ou o LinkedIn — redes que o público estava mais habituado. O Instagram passou a ser o cartão de visitas para qualquer empreendedor que sabe usar a internet a seu favor.

Existe uma lei matemática que diz muito sobre a arte: o todo faz a parte e a parte faz o todo. Ela foi criada por Benoit Mandelbroit, em 1970, e é reconhecida como geometria fractal. Se aplicarmos isso ao modo como produzimos um feed para o Instagram, cada uma das fotos do feed deve ser pensada separadamente para que todas as postagens tenham qualidade individualmente.

Seu Instagram é sua vitrine. Cada foto é uma pequena parte que fará uma enorme diferença no todo. Por isso, é muito importante pensar que a construção do seu feed é um processo que envolve muitas habilidades. Cada vez mais, a forma de lidar com a internet exige que sejamos bons em diversas áreas do conhecimento ou que, pelo menos, conheçamos o mínimo sobre algumas delas. Identificamos várias áreas que consideramos fundamentais para que você consiga produzir um feed estratégico. Para isso, você tem que ser:

  1. Um pouco fotógrafo
  2. Um pouco diretor de arte
  3. Um pouco produtor
  4. Um pouco designer
  5. Um pouco pesquisador/coolhunter
  6. Um pouco social media
  7. Um pouco relações-públicas
  8. Um pouco videomaker

Estamos vivendo uma mudança de era que afeta, inclusive, as formas de trabalhar que conhecemos. Achar que você não pode desenvolver outras habilidades e ignorar as redes sociais te deixará, literalmente, de fora, seja qual for o seu ramo. Você precisa ser multipotencial, ou um pato. Como preferir. O pato é um dos animais mais completos da natureza. Um bicho curioso, dotado de uma capacidade de aprender a fazer de tudo um pouco.

Os desafios de surfar a onda do e-commerce e não morrer na praia

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Diante do cenário pouco otimista que ainda serve de pano de fundo para o varejo do País, os números crescentes das transações online parecem aquela miragem de um oásis de faturamento no meio do deserto: a previsão para 2018 é de quase 69 bilhões de transações, com um crescimento de 15% em relação ao ano anterior.

É nessa hora que criar um e-commerce parece uma solução fácil não apenas para gerar vendas, mas também para garantir a presença da empresa no canal que representa a vanguarda (e para muitos, o futuro também) do comércio. Soma-se a isso o baixo investimento inicial para colocar seu negócio online em pé, a velocidade de desenvolvimento de um projeto digital em anos-luz e o mindset da moda de trocar a roda enquanto o carro (ou melhor, a loja) roda em sua versão beta e você conquistará um bom punhado de shoppers frustrados sem ao menos se dar conta disso.

Pequenos detalhes que parecem soluções geniais para o varejista digital muitas vezes se transformam em problema ou carrinhos abandonados para o shopper que, além de desistir da (re)compra, não possui o conhecimento técnico necessário para entender onde tudo deu errado e fica refém de um SAC que busca apenas ganhar likes e reviews em vez de entender a origem da insatisfação.

Um desses pontos é a gestão do estoque. Muitas empresas, em busca de um caminho que facilite essa operação complexa e minimize o investimento de capital nessa área, recorrem a modelos que, na teoria, são inteligentes, mas, na prática, dificultam o processo para quem está do outro lado da tela, com o carrinho virtual na mão. Grandes marketplaces recorrem à terceirização do estoque como forma de ampliar a oferta de produtos para seus clientes e otimizar custos de armazenamento e logística sem padronizar o prazo de envio da mercadoria ou se preocupar com o aumento no custo do frete.

No final dessa história, ou melhor, dessa compra, você encontrará shoppers com carrinhos cheios de produtos, cada um com uma data de entrega diferente e um custo final de frete que representa um grande percentual do valor da compra. Afinal de contas, cada fornecedor da loja cobra um frete diferente para o envio da sua mercadoria. Já os supermercados enfrentam o desafio de gerir um estoque de itens altamente perecíveis, como frutas, verduras e laticínios.

As tentativas de trabalhar com um estoque unificado da loja física com a virtual e o serviço de entrega com a possibilidade de agendamento de longos prazos para o recebimento da compra terminam contribuindo para que, no dia de embalar as compras do cliente, muitos itens estejam em ruptura e não sejam entregues ou simplesmente sejam substituídos por alternativas similares mas que não foram escolhidas pelo shopper. Essa pode parecer uma pequena solução inofensiva, mas não para a mãe de um bebê com menos de um ano que comprou laranja lima (a única indicada pelo pediatra) para fazer o primeiro suco da vida do seu filho e recebeu laranja pera.

Felizmente, quem surfa essa onda do e-commerce não está fadado a morrer na praia do SAC de sua própria loja. Embora a agilidade na entrega, minimização do custo do frete e gestão de estoque ainda permaneçam como desafios a serem enfrentados por muitos negócios online nos próximos anos, o desenvolvimento de experiências de compra diferenciadas e que só podem ser proporcionadas por esse canal desponta cada vez mais como um caminho relevante para o shopper e consistente na busca por conversão. Em São Paulo, um pequeno mercado de bairro já dá a seus consumidores digitais a possibilidade de escolher uma receita em sua loja virtual e, com um clique, comprar todos os ingredientes necessários para prepará-la. E sempre que navego em busca de roupas e sapatos, sonho com uma loja que, em vez de organizar esses itens por cor ou preço, me possibilite fazer uma busca por ocasião de uso (roupa para trabalhar, para festejar ou descansar).

O crescimento do e-commerce no Brasil é um dado irrefutável, porém, mais do que um balanço com saldo positivo no final do mês, essa é a oportunidade para muitas empresas criarem uma experiência de compra única, que não replica o ambiente e processos de uma loja física, mas usa os diferenciais desse canal digital a seu favor.

O que o hacking do M&M e ProXXIma revela sobre o Mal e o Digital

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Como o leitor possivelmente tomou conhecimento, os sites www.meioemensagem.com.br e www.proxxima.com.br foram hackaeados semana passada.

Milhares de sites por segundo são hackeados mundo afora. Bilhões de dados por ano são invadidos e assaltados. Não fomos exceção, somos a regra.

Mas que regra é essa e o que ela nos revela sobre o mundo em que vivemos?

Aproveito o (infeliz) gancho do hacking, para falar sobre o que de fato é a internet hoje. O que é o hacking e o que nossa vida digital e a vida das nossas empresas tem a ver com isso.

Começo dizendo que no parágrafo aí acima tem um grave erro:  não existe vida digital. Existe vida, e o digital embedado profundamente nela, já que não existe praticamente nada hoje que não esteja ligado ao mundo digital. Presencial e virtual andam co-lados, são lados de uma mesma existência e, então, quando invadem qualquer site no mundo, estão invadindo a vida real de alguém. Como um assalto a sua casa. Igual.

Depois, como disse, a invasão da privacidade, via hacking clássico como foi o das propriedades digitais do Grupo M&M, ou via manipulação indevida e não permitida dos nossos dados pessoais e empresariais, são hoje regra, e não exceção, na web. É como se estivéssemos todos morando na Rocinha, onde infelizmente o crime mora ao lado e faz vítimas diárias, parte relevante delas inocentes que nem sabem porque foram vitimadas.

Analogicamente, isso somos todos nós, na internet, hoje.

A história do lado mal da internet começa quando a internet começa, assim como hackear computadores existe desde que apareceram os primeiros computadores. O lado negro da força nasce com a força.

Portanto, longe de ser novidade, essa história de hacking é o espelho permanente e inerente do amplo espectro humano no ambiente virtual, em que cabe apreciar gatinhos cuti-cuti no You Tube, assim como fomentar guerras reais em qualquer parte do Mundo, hoje essencialmente promovidas e providas pelo mundo digital. E exatamente pelo tal do hacking.

O que é novo é a dimensão, a profundidade e o alto grau de excelência do hacking hoje.

Isso nos coloca diante da seguinte situação: nossa vida pessoal e profissional, nossos dados pessoais e profissionais, nossas finanças e as finanças das nossas empresas, nosso trabalho, nossas famílias, nossas intimidades, bem, nossa existência, de um modo geral, estão hoje regidas pela certeza da incerteza e da violência do hacking.

Hacking é mais do que apenas um crime digital, passou a ser a própria internet em si, uma das naturezas originais primevas do ambiente digital, um câncer em estado de metástase, que se alojou no corpo social global e que não tem, no momento, qualquer perspectiva remota de cura. Antes ao contrário.

O cácice sagrado dessa dominação é a tecnologia pagã. Aliás, vale chamar a atenção aqui, tecnologia pagã é pleonasmo, porque toda tecnologia é pagã. Serve a qualquer deus ou a qualquer demônio.

O hacking é só a face mais muderna e conectada desse Inferno da álgebra, do algoritmo e das  nossas infinitamente engenhosas sinapses, que em sua mais tenra essência são, libertariamente, amorais (não confundir com imorais). Dependem, essencialmente, do uso que fazemos delas cada um de nós.

Portanto, estejamos prontos para o convívio com mal digital como se ele fosse um gás carbônico onipresente e inevitável. Vamos respirá-lo sempre e cada vez mais.

O que nos resta é confiar que há também inteligência e tecnologia do lado de cá. Que, nem fudendo, esse espírito dos tempos ruins vai ocupar nosso corpo de vez. E que vamos combate-lo sempre, em toda parte, de todas as formas e com todas as nossas forças.

É o que pode, quem sabe, nos diferenciar dos ratos.

A revolução do Google completa 20 anos

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Google comemora 20 anos em 2018 (Crédito: gmutlu/iStock)

Se o Google mudou completamente a forma como pesquisas e buscas são feitas na internet, esta é apenas uma das inovações que a empresa trouxe para o mundo como hoje conhecemos. Da revolução que o YouTube gerou na forma de consumir mídia – plataforma adquirida em 2006 pelo Google – , passando pela rede social que talvez tenha sido a primeira de sucesso, o Orkut, lançado pela empresa em 2004, até o acesso mais fácil a conteúdo em outras línguas com o Google Tradutor, as transformações que o Google e suas ferramentas trouxeram para o mundo envolve diversas etapas e ainda está em curso.

A história do Google remete ao ano de 1996, quando Larry Page e Sergey Brin, ainda estudantes da Universidade de Stanford, desenvolveram a primeira versão do motor de buscas. Mas é em 4 de setembro 1998 que ele é registrado como empresa, operando ainda na garagem de uma casa de uma amiga dos dois, localizada na Califórnia. Por isso que o dia de hoje marca a data em que o buscador começou a operar, embora o Google comemore oficialmente no dia 27 de setembro.

O que vale resgatar nestas duas décadas de atividades do Google é a relevância que a empresa tem não só nas inovações tecnológicas que trouxe mas, principalmente, nas mudanças que gerou no comportamento da sociedade. “É um caso impressionante porque antes tínhamos um outro buscador, o Yahoo, e ninguém lembra mais dele. Este sistema de compartilhamento de informações trouxe uma revolução geral em termos de consumo de informações”, observa Eduardo França, coordenador de publicidade e propaganda da ESPM-Rio. Com suas ferramentas, o Google ainda impactou diretamente o marketing digital, lembra o pesquisador.

Em abril deste ano, o Google promoveu um evento já em celebração aos 20 anos de seu serviço de buscas. Nele, revelou que 15% das consultas no Google são inéditas; 130 trilhões de endereços web já foram buscados pelo Google, e 0,25 segundo é a média de tempo de resposta a uma pesquisa. Em um cenário global em que a popularização dos smartphones é crescente, hoje 50% da buscas no Google já são feitas por celulares. Com tecnologias como o Android, revolucionou ainda sistemas operacionais e hoje domina este mercado. Investindo em projetos como YouTube Space – são dez centros como este no mundo, um dos maiores deles localizado no Rio de Janeiro – mira na capacitação de produtores de conteúdo para a plataforma YouTube.

Operando no Brasil desde 2005, o Google conta com vários escritórios no País. Em São Paulo estão localizados as operações de vendas, o Google Campus para empreendedores e o Google Partner Plex, para clientes e parceiros. Em Belo Horizonte, o Google lançou um centro de engenharia e no Rio está o YouTube Space.  Segundo a assessoria de imprensa do Google, o Brasil é o único país do mundo a possuir todos esses tipos de instalações. Hoje a empresa conta com mais de 700 funcionários em São Paulo e mais 120 no centro de engenharia de Belo Horizonte.

Entre janeiro de 2017 e maio de 2018, o Google investiu R$ 700 milhões no Brasil em projetos como cabos submarinos, uma das iniciativas da empresa para melhorar a infraestrutura na América Latina. Parte da verba também foi destinada ao Cloud Region, que tem como foco os clientes que usam o a plataforma de nuvem Google Cloud; o objetivo foi processar dados e aplicações em um local mais próximo para reduzir o tempo de latência para acesso, por exemplo. O valor investido pelo Google no mercado nacional envolveu ainda o lançamento há um ano do YouTube Space no Rio de Janeiro, projeto que visa apoiar produtores de conteúdo oferecendo uma infraestrutura profissional, acesso a estúdios e workshops ligados à tecnologia e audiovisual. Com oito plataformas com mais de um bilhão de usuários –  Busca, Android, Chrome, YouTube, Maps, Play Store, Gmail e Drive –, o Brasil é hoje está entre os cinco principais mercados do Google, não apenas em tamanho, mas também em engajamento.

Deus fez o Céu e a Terra; o resto foi feito na China

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Por Omarson Costa (*)

O título já conhecido deste artigo nunca foi tão verdadeiro e nos traz uma inevitável reflexão: estamos todos nos tornando novamente devotos e dependentes da China, como já aconteceu no passado? A história irá se repetir?

Vamos começar traçando um paralelo com nosso Brasil.

No ano passado, a renda per capita dos chineses (em paridade do poder de compra – PCC) alcançou, segundo dados do FMI, US$ 15.399, ultrapassando a nossa, de US$ 15.242. Com uma extensão territorial aproximada (China com quase 9,6 milhões km2 e Brasil com 8,5 milhões km2), a população chinesa está batendo 1,4 bilhão (quase 51,9% são homens e 48,1% são mulheres) contra 214 milhões de brasileiros (49,2% são homens e 50,8% são mulheres).

Apenas este ano, até a data de hoje (11/09), já nasceram mais de 12 milhões de chineses e a população aumentou em 5 milhões de habitantes. Só hoje* chegaram ao mundo mais de 47 mil bebês chineses (*data que escrevi o artigo).

Em um país de muitos contrastes, que combina uma dura linha política e grandes diferenças sociais com forte desenvolvimento econômico e liderança na criação de novas tecnologias, tudo no Planeta China é grandioso e espantoso, especialmente pela marcha acelerada com que vem avançando nos últimos anos para se firmar como a maior potência mundial, o primeiro emergente a desbancar a supremacia norte-americana.

Aos que ainda são céticos sobre o avanço do País asiático, basta dizer que a dívida pública chinesa, de US$ 4,976 trilhões, é a terceira maior do mundo, de acordo com levantamento feito pela Visual Capitalist. Os Estados Unidos contabilizam quase US$ 20 trilhões e o Japão próximo de US$ 12 trilhões.

A dívida chinesa corresponde a 44,3% do PIB do País, um percentual ínfimo se comparado com as demais economias – nos Estados Unidos é equivalente a 107,1% do PIB e no Japão é 239,3% do PIB. Com seu gigante mercado doméstico, é fácil imaginar o quanto a China ainda poderá continuar crescendo nas próximas décadas.

Fonte: Visual Capitalist

Outro relatório da PwC indica que em 2050 o PIB chinês irá alcançar US$ 58,499 trilhões, consolidando com folga sua posição de maior economia do mundo, seguida pela Índia, com US$ 44,128 trilhões, e os Estados Unidos, com US$ 34,102 trilhões, que perderão a segunda posição atual para os indianos. Dependendo dos rumos das eleições e da economia nos próximos anos, o Brasil, apenas para registro, passará do 7o para o 5o lugar, com um PIB de US$ 7,540 trilhões, ficando atrás da Indonésia, com US$ 10,502 trilhões, que irá saltar da atual 8a para 4a posição.

Fonte: PwC

Se eu te disser que há 15 anos os chineses desconheciam cartão de crédito e hoje são responsáveis por movimentar o maior comércio online do mundo, pagando tudo por celular, você acreditaria? De acordo com o iResearch Consulting Group, em 2016 os pagamentos móveis totalizaram US$ 9 trilhões no País. E se eu te disser que há 200 milhões de câmeras em todo o país utilizando sofisticados sistemas de reconhecimento facial, que, aliado à Inteligência Artificial, monitoram detalhadamente o comportamento de sua população, isso te surpreenderia?

O crescimento econômico do País nas últimas décadas após as reformas econômicas iniciadas no final dos anos 70 retrata com clareza sua determinação em sair da condição de emergente para se consolidar como a maior economia do planeta. Mas o que está por trás dos impressionantes números da economia chinesa?

Em uma palavra: inovação.

Em 40 anos, o país retirou 850 milhões de pessoas da linha da pobreza (menos de US$ 0,93 por dia estabelecida pelo Governo Chinês). A receita foi investir pesado no trinômio educação, ciência e tecnologia – no ano passado 8 milhões de pessoas se formaram nas universidades chinesas.

Engenharia é uma das carreiras mais procuradas por conta do incentivo do governo chinês para formar profissionais em áreas técnicas. Sua capacidade de inovar e liderar o desenvolvimento de novas tecnologias é resultado de uma educação pública de qualidade para todos, com forte investimento em projetos de pesquisa e desenvolvimento financiados pelo próprio governo. No Brasil, as carreiras mais buscadas continuam sendo, segundo o SiSU (Sistema de Seleção Unificada), Medicina, Direito e Administração.

Com 98% de acesso à Internet por dispositivos móveis, 3 vezes mais smartphones e 11% mais usuários de mobile payment que nos Estados Unidos, a China decidiu proibir o uso de criptomoedas no País, mas irá aceitar legalmente a apresentação de evidências em processos caso tenham sido registradas em blockchain.

Há diversos setores em que o País vem se destacando, como a de energia renovável. No campo da energia solar, a China tem mais capacidade do que qualquer país do mundo e abriga a maior planta do planeta no deserto de Tengger, com uma capacidade superior a 1.500 megawatts.

E não faz muito tempo, vale registrar, o País tinha a péssima reputação de grande poluidor, principalmente pela grande quantidade de usinas de carvão. Mas este cenário vem mudando rapidamente. Hoje, a China investe mais e mais a cada ano no setor de energia – o dobro do investimento norte-americano e mais do que o investimento anual realizado pelos Estados Unidos e União Europeia juntos, segundo relatório da consultoria EY. Até 2020, a China planeja investir US$ 360 bilhões em energia limpa, de acordo com a agência governamental de energia.

Fonte da imagem: Statista

 

Outra indústria com forte potencial em função dos investimentos em energia limpa é a automobilística. Em 2017, foram vendidos 1,2 milhão de carros elétricos em todo o planeta; metade foi para o mercado chinês, sendo que mais de 100 mil deles foram comercializados somente no mês de dezembro.

O governo chinês já estipulou uma meta de que, até 2025, 20% de sua frota deverá ser de veículos elétricos ou movidos a combustíveis alternativos. Talvez em 30 ou 40 anos, as principais montadoras de carros sejam chinesas e focadas na fabricação de carros elétricos. Façam suas apostas.

Fonte da imagem: Statista

Na tecnologia de reconhecimento facial aliada à Inteligência Artificial e Big Data, a China é vanguarda isolada. Recentemente, um foragido foi reconhecido durante um show em meio a 60 mil pessoas – a imagem foi checada em um banco de dados em menos de 0,001 segundos.

O sistema é utilizado para identificar motoristas infratores, confirmar identidades, localizar desaparecidos e monitorar hábitos e costumes, o que vem gerando apreensão, tendo em vista que por falta de leis sobre direito à privacidade, esses dados são compartilhados pelo governo junto a empresas privadas sem que os cidadãos possam regular o acesso que essas organizações adquirem sobre suas preferências e estilo de vida.

Fonte do video: Youtube

Atualmente, o governo chinês trabalha em um projeto que poderia identificar cada um dos 1,4 bilhão de chineses em apenas 3 segundos e com uma precisão que chegaria a 90%. É quase um país inteiro sendo monitorado 24 horas por dia, sete dias por semana. Incrível e, ao mesmo tempo, assustador. Seria este o futuro do Ocidente? Sermos vigiados pelo Estado todos os dias?

De olho no futuro, as startups chinesas não ficam para trás e já figuram na lista dos maiores unicórnios do mundo, com 168 empresas somando um valor total de mercado de US$ 628 bilhões, incluindo desde empresas de fintech e drones até fornecedores de vegetais para restaurantes e compartilhamento de bicicletas.

Juntas, elas formam um dos maiores grupos de empresas não listadas do mundo com avaliações de bilhões de dólares. Nos últimos anos, o País (Beijing e Xangai), vem disputando com os Estados Unidos (Silicon Valley e New York) a atração de investimentos para financiar empresas nascentes, como mostra o infográfico da CB Insigths.

Esse sucesso vem, em parte, da combinação de inovação e um vasto mercado de consumidores felizes em adotar a última tendência, que incluem aluguel de bicicleta, carregadores de bateria e até cabines de karaokê. Diferente de seus pares no Vale do Silício, enquanto as startups americanas focam suas atividades em soluções de negócios, o dinheiro na China foi canalizado principalmente para empresas orientadas ao consumidor.

Dos 5 maiores unicórnios do mundo, 3 são chineses e 2 são americanos.

O fato de restringir o acesso a Internet acabou criando gigantes chineses na indústria digital, como é o caso do Baidu, o “Google Chinês”; a Huawei, a Xiaomi e a Meizu, as “Apples chinesas”; o WeChat, o “WhatsApp chinês”, com impressionantes 1 bilhão de usuários mensais; o Alibaba, a “Amazon chinesa”; a DiDi Chuxing, a “Uber chinesa”, que comprou a 99 e a transformou no primeiro unicórnio brasileiro; e muitas outras estrelas da tecnologia.

Uma reflexão: você se sentiria confortável em compartilhar seus dados com o Governo chinês para utilizar os aplicativos e navegar na Internet? Se algo der errado, você confiaria no (ou conhece o suficiente sobre o) sistema legal chinês?

Das 20 maiores empresas de Internet do mundo, 9 são chinesas e 11 são americanas.

Apesar dos avanços tecnológicos e do grande desenvolvimento econômico, o cidadão chinês ainda sofre com desigualdade social, principalmente entre o meio urbano e rural, a falta da liberdade de expressão, carga de trabalho excessiva e pouca proteção social. A China conta com apenas 10% das terras cultiváveis do mundo e tem um quinto da população do globo. Por conta disso, os chineses vêm investindo com grande apetite na compra de terras e na agricultura no exterior, inclusive aqui no Brasil.

Este é mesmo um país singular e de muitas contradições, mas, seja lá como for, não tenha dúvida, não há como fugir, é bom você começar a aprender mandarim. Ou poderá perder o próximo ‘Negócio da China’.

(*) Omarson Costa é formado em Análise de Sistemas e Marketing, tem MBA e especialização em Direito em Telecomunicações. Em sua carreira, registra passagens em empresas de telecom, meios de pagamento e Internet

Fonte da imagem da Abertura: This is why I’m broke

O papel decisivo da mídia nas eleições 2018

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Créditos: Peterhowell/iStock

A grande mobilização nas redes sociais, contra ou favor dos diversos candidatos que concorrem às eleições — e da qual o exemplo mais recente e ruidoso é o grupo Mulheres Contra Bolsonaro, que já ultrapassou a casa dos dois milhões e meio de adesões — é vista por diversos especialistas como a prova de que os meios digitais terão impacto muito maior no pleito deste ano do que nos anteriores.

Para muitos candidatos, as redes sociais tornaram-se a esperança de alavancar os votos que poderão elegê-los e derrubar seus adversários, mesmo com poucos recursos de campanha. Com muitos canais na internet para alcançar os eleitores, os candidatos utilizam o ciberespaço para expor ideias, alimentar as eternas ‘discussões’ entre esquerda e direita e, sobretudo, mobilizar seus correligionários e eleitores para angariar ainda mais votos — com a vantagem de que o meio digital pode ser explorado, em termos de espaço e tempo, por qualquer candidato, igualmente. Especialmente os pequenos partidos, que obtiveram pouco ou nenhum tempo de TV, apostam em campanhas direcionadas no Facebook e em outras plataformas, como, praticamente, a única arma na guerra das eleições.

Mas, será que isso fará destas as primeiras eleições a consagrarem candidatos com mais engajamento junto ao mundo digital? Qual é a eficácia de uma campanha eleitoral nas redes sociais ou, de forma geral, em sites da internet? E qual é a real penetração e a real taxa de conversão desse eleitor em voto?

Quando falamos de um país com dimensões continentais como o Brasil, há uma diferença brutal na entrega de uma campanha digital comparativamente ao alcance da TV e do rádio em âmbito nacional por um simples fator: a infraestrutura precária das telecomunicações. O ponto central é a capacidade técnica das operadoras de internet entregarem ao eleitor, assertivamente, a comunicação de um candidato. A disponibilidade de sinal de internet difere muito conforme a infraestrutura disponível em cada cidade brasileira. Por exemplo, em São Paulo, tecnologicamente a cidade mais avançada da União, com a infraestrutura de rede de telefonia e de internet mais confiável, a média de entrega de uma campanha de publicidade digital é de 60%, enquanto em Aracaju (SE), por exemplo, é de 20% em média de entrega.

Adicione-se a isso a precária entrega de comunicação via mobile. A grande maioria dos brasileiros é usuária de serviços pré-pagos de celular, com um tempo limitado de acesso à internet, de acordo com seus planos de dados. Isso dificulta a entrega e a taxa de conversão das campanhas. Citando o exemplo de uma grande operadora de celular, sua taxa de entrega de mobilidade é de 67%, na região de maior concentração do PIB brasileiro, entre Campinas e São Paulo. Essa mesma operadora, em Feira de Santana (BA), no mesmo raio de ação que seria entre Campinas e São Paulo, cerca de 90 km, consegue entregar só 27% de uma campanha no mobile daquela região. Portanto, essa questão, que é estritamente de falta de infraestrutura no País, não ajuda o candidato que aposta tudo nas redes sociais.

Outro ponto importante também é a mensuração do digital. As formas de se medir o retorno de uma campanha ainda são muito novas, pouco testadas e, não raramente, falham em suas previsões, o que pode levar a conclusões e rumos errados nas campanhas dos candidatos. Há um risco real de achar que a campanha foi bem-sucedida, enquanto, na realidade, pouco engajou o eleitor.

Por isso, a TV e o rádio, com sua eficiência, ainda serão meios cruciais para a definição dos vencedores destas eleições. Além de mídias históricas, cuja mensuração já foi testada e comprovada em diversos pleitos, o alcance nacional destas duas mídias ainda prevalece e é muito grande, mesmo com a ascensão da internet na preferência da população.

De acordo com a Pesquisa Brasileira de Mídia, da Secretaria de Comunicação Social do Governo Federal (Secom), em parceria com o Ibope, cuja última edição saiu em 2016, a TV ainda é a mídia de preferência de 63% da população brasileira, seguida pela internet, com 26%, e o rádio, com 7%. Apesar do rádio ter sido ultrapassado pela internet, ainda se beneficia do próprio mundo online, já que podemos ouvir rádios de qualquer parte do Brasil e do mundo onde quer que tenhamos internet em nossos laptops ou celulares.

Um ponto a se destacar na pesquisa da Secom é a preferência de mídia segundo a escolaridade da população. De acordo com o levantamento, quanto menor o nível de escolaridade, maior a preferência pela TV e, se até com maior escolaridade, a TV predomina, mesmo tendo como concorrente direta a internet, que cresceu bastante nas classes A e B. Isso significa que, sendo o Brasil, infelizmente, um país defasado em oportunidade de educação para a população, será a TV que alcançará a maior parte do eleitorado nacional nestas eleições. Principalmente nas praças onde a infraestrutura da rede é precária. E será a TV que, mais uma vez, provavelmente, determinará quem vai representar a Nação nos próximos anos.

 

*Crédito da imagem no topo: Pixabay/Pexels

Club Social distribui internet em nova promoção

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Nesta segunda-feira, 8, a Club Social inicia a promoção “Parou, Perdeu” em que dará internet para consumidores que adquirirem os produtos da marca e cadastrarem o código no hotsite da promoção. São, ao todo, 100 mil prêmios e 26 mil gigas.

A ação é realizado em uma parceria entre BFerraz e FCB e tem o propósito de se conectar ao público jovem. A campanha tem peças para TV, mídia digital, OOH e peças para o PDV. A promoção se encerra em 01 de dezembro.

**Crédito da imagem no topo: Reprodução/Club Social


Do PDV ao Push in App, a revolução no relacionamento com o cliente

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Por Eduardo L’Hotellier (*)

A internet vem promovendo mudanças profundas na comercialização de produtos e serviços. Hoje, com apenas alguns cliques, conseguimos contratar profissionais para qualquer tipo de necessidade, desde assuntos mais urgentes como pequenos reparos, assistência técnica e chaveiro, até grandes projetos como reforma da casa inteira. A experiência de busca de serviço e compra online tornou-se mais importante do que a aquisição do produto em si. Tanto é que grandes marcas já estão buscando nas empresas mais jovens formas de inovar no contato com o cliente para tornar esta etapa do processo mais valioso para ambos os lados.

Recentemente, durante uma conversa com o responsável pelo marketing de uma empresa parceira do GetNinjas, ele me confessou que buscava se aliar a negócios realmente valiosos e que pudessem agregar um diferencial à experiência de compra no seu comércio. Isso porque, segundo ele, os varejistas de hoje não podem apenas pensar em oferecer produtos. Precisam, principalmente, garantir uma experiência que surpreenda o consumidor no momento da compra e busca do serviço.

 

Conversas como essa que tenho tido nos últimos anos com empresas de todos os setores vêm me mostrando que o consumidor está cada vez mais alerta para a forma como os produtos são oferecidos e os anunciantes precisam buscar novos canais para criar um engajamento mais próximo com seus públicos-alvo.

 

Esse novo objetivo dentro das grandes indústrias e varejistas têm determinado, inclusive, a criação de áreas de inovação, onde o foco é desenvolver internamente novos formatos de interação ou buscar no mercado quem já o faça. E quem tem ditado esse novo mercado são, sem dúvida, as startups, que trazem agilidade e conhecimento do mercado digital para as empresas mais tradicionais.

 

Os canais onde as grandes marcas divulgavam seus produtos também estão mudando. Se antes elas buscavam nos sites e portais tradicionais formas de reter a atenção do consumidor e gerar conversão, hoje já encontram nas plataformas online, especialmente de serviços, métodos mais efetivos de interagir com o cliente de acordo com o interesse principal dele. Por exemplo, uma marca de produtos de elétrica pode se comunicar diretamente com profissionais eletricistas pelo app que ele utiliza para anunciar seus serviços ou com clientes que solicitam esses serviços.

 

Mas, diferente de apenas gerar uma divulgação de produto, essas comunicações precisam agregar valor aos usuários. Ainda no caso dos profissionais de serviços, por exemplo, isso pode ser valorizado com o oferecimento de conteúdos que orientam, capacitam e elevam o nível de desenvolvimento deles como autônomos, com informações que dificilmente teriam em outro canal ou de forma tão facilitada quanto num aplicativo e na palma da mão.

 

O grande diferencial dessa nova forma de engajar com o consumidor passa primeiro, sem dúvida, pela abordagem. Por isso, as marcas, e também as plataformas online, precisam desenvolver cada vez mais um relacionamento fluido, colaborativo e valioso com seus públicos-alvo, identificando como podem ajudá-los a se desenvolverem e conseguir benefícios. Está na hora do mercado juntar forças para levar ao consumidor o que realmente é valioso.

 


(*) Eduardo L’Hotellier é fundador e CEO do GetNinjas.

 

O rei está nu: uma reflexão sobre o novo jeito de consumir o conteúdo

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Por Marcelo Lobianco (*)

 

Aprendi desde cedo que conteúdo é rei. É ele quem traz e cativa a audiência, emociona, fideliza e faz a roda da publicidade girar. Seja jornalístico, esportivo, documental, novela ou filme. Foi a partir da relevância do conteúdo que foi criada a indústria do rádio, a mídia impressa e, desde da década de 40, a TV.

 

Crescemos consumindo pacotes que eram editados por curadores especializados em seus respectivos temas, distribuídos em faixas horárias ou dias específicos e entrecortados por anúncios de produtos.

 

Mas uma mudança radical na cultura de consumo de conteúdo está em curso nos dias de hoje. Inverte-se o eixo, e nunca na história da comunicação a igreja e o estado tiveram que andar tão juntos.

 

O conteúdo passa a ser devorado como snacks, em colagem editorial realizada pelo próprio usuário. Se antes ele zapeava entre as centenas de canais da TV paga em busca da melhor oferta naquela faixa horária, hoje ele monta sua própria grade de programação, numa combinação de mainstream, novos entrantes e conteúdos produzidos por youtubers.

 

Vídeo on-demand é o símbolo da total liberdade de escolha. Maratona de séries, playlists inimagináveis, educação à distância e novos fenômenos de audiência se misturam nessa salada cultural que coloca a indústria de joelhos.

 

A Netflix já tem 120 milhões de assinantes e está avaliada em U$ 100 bilhões. Estima-se que no Brasil são 10 milhões de contas, e que logo ela passará as operadoras de payTV.

 

Enquanto isso, a Amazon Prime chega por aqui para entrar na briga pelo serviço de streaming. É a chance de rever todas as temporadas de Seinfeld, por exemplo. Adoro.

 

A Apple também se mexe para entrar no segmento de VOD, o Google lança serviço pago no YouTube e o Facebook está 100% focado na estratégia de distribuição e monetização de vídeo.

 

Restam aos estúdios tradicionais, muitos deles vindos do cinema e ancorados no formato de distribuição das operadoras, mergulhar no oceano digital para brigar por esse novo perfil de consumidor. A Sony lançou o Crackle; a Globo, a Fox, a HBO e a ESPN, as respectivas versões play. A Disney promete entrar com tudo na segunda metade de 2019. Imagine as franquias Star Wars e Monstro S.A. virando séries…

 

O dia continua tendo 24 horas, as ofertas pipocam na timeline e a conta passa a ser a mensalidade das distribuidoras ou a assinatura dos canais individuais.

 

Para complementar, vamos falar sobre games? Uma indústria que já é maior que a de Hollywood, também baseada em histórias, só que hiper-realistas e imersivas, arrebata uma legião de fanáticos pelas franquias e que lidera as transformações tecnológicas.

 

Equipes profissionais, estádios de futebol cheios para finais de e-games, comunidades gigantescas em torno de marcas. Só o game Fortnite tem 70 milhões de jogadores no mundo.

 

A experiência sensorial do VR, ainda em seus primeiros releases, vai trazer uma nova camada de entretenimento. Imagine o que será essa tecnologia em cinco anos.

 

A internet é o canal de distribuição de tudo isso. O conteúdo continuará reinando na indústria de entretenimento, mas agora é um jogo com muito mais entrantes, de diferentes tamanhos e formas.

 

A distribuição, desta vez muito mais complexa, é a senha para a vitória. Presenciamos a indústria da música sentir o baque com a chegada do Napster em 2001, e somente agora ela parece ter achado um caminho.

 

Aguardem as cenas dos próximos capítulos desta eletrizante série… O rei está nu.

 

(*) Marcelo Lobianco é CEO da Sapient AG2

Porque a Internet não cresce no Brasil

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Por Carlos Eduardo Sedeh (*)

A privatização do Sistema Telebrás, em 1998, foi o embrião para as empresas investirem na universalização das redes de telecomunicação, tornando-se um importante passo no processo de expansão dos serviços pelo Brasil. A Internet começou a ser ofertada por linha discada, passando por ADSL (Assymetrical Digital Subscriber Line) e micro-ondas, até a mais recente tecnologia da fibra ótica.

Segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), o acesso à Internet tem impacto direto na geração de riqueza. Os dados de 5.564 municípios, divididos em grupos com perfis próximos, mostraram que cada 1% de aumento na penetração do acesso à rede, gera um crescimento de até 0,19% do PIB (Produto Interno Bruto).

Com isso, podemos constatar o quanto a telecomunicação se tornou primordial e essencial para o crescimento do país. A partir da estratégia de exigir a universalização das redes das empresas concessionárias, pela LGT, a Internet se popularizou, e após vinte anos da privatização, grandes grupos conquistaram maturidade. Porém, há pontos que fazem com que esta expansão estagne.

Atualmente, dependemos das operadoras competitivas para dar continuidade nesse crescimento, principalmente quando analisamos a infraestrutura nos pequenos municípios. Segundo dados da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o serviço de banda larga fixa (móvel e fixa) totalizou 30,54 milhões de contratos ativos em 2017. Porém, o percentual da densidade em alguns estados ainda é baixo. No Maranhão, 14,4% dos domicílios possuem banda larga; Piauí 18,9%; Pará com 16%. Já na grande metrópole, São Paulo, esse número aumenta para 65,7%.

Comparando estes dados com números de países americanos e europeus, o Brasil fica bem atrás. De acordo com a pesquisa internacional ICT Facts and Figures 2016, realizada pela ITU, a agência da Organização das Nações Unidas (ONU) para tecnologias da informação, a penetração da Internet nos domicílios de países desenvolvidos é de 83,8%. O índice chega a 64,4% nas Américas e a 84% na Europa.

Esse cenário, de expansão estagnada, pode ser atribuído em parte aos tributos sobre o consumo, que incidem pesadamente sobre o setor de telecomunicação. A maior parte das pequenas empresas do setor atua em cidades com menos de cem mil habitantes, e grande parte dessas optam pelo regime tributário Simples Nacional, se isentando de recolher o Imposto sobre Operações relativas à Circulação de Mercadorias (ICMS). Isso impede que aconteça uma isonomia de competição no mercado, afinal, o ICMS chega a representar de 33% a 60% da fatura final de serviços de comunicação multimídia, como a Internet, por exemplo, a depender do Estado onde o serviço é prestado. Além disso, é um desincentivo ao crescimento da empresa, uma vez que cada vez que ela cresce, muda de faixa de recolhimento (aumento progressivo) até que seja forçada a sair do regime, por exceder o teto de faturamento.

O governo deveria fornecer condições econômicas para que o mercado de telecom possa competir por quem tem o melhor produto, a melhor oferta, banindo as distorções artificiais via desonerações (como a citada acima). Se mais empresas pagassem os impostos da forma correta, certamente a alíquota poderia sofrer redução. A Anatel, juntamente com a Receita Federal, deveria realizar esta fiscalização. Havendo uma alíquota uniforme, e um prazo de readequação, as ofertas finais ficariam mais justas e corretas.

O mercado deve ser tratado de forma unificada e não com classes empresariais. Políticas sérias e compromisso de longo prazo, é o que precisamos para expandir o setor.

(*) Carlos Eduardo Sedeh é CEO da Megatelecom, empresa que oferece serviços personalizados na área de telecomunicações.

O futuro de dados é cada um de nós vender os nossos.

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Escrevo como Pyr pessoa, cidadão, consumidor. Já falei sobre isso “n” vezes aqui. Dados são propriedade pessoal, são nossa identidade particular, que pode ou não ter sua face pública. Depende, ou deveria depender, da nossa decisão. E só dela.

Só que não.

O mundo digital criou mecanismos que não temos como controlar que usurpam nossa identidade e a usam como bem desejam. Empresas fazem isso.

Agora, as leis de proteção de dados vêm em nossa defesa e prometem punir quem exagera.

Isso vai funcionar bem, eu acredito, embora não ache que vá resolver todo o problema.

Se você e sua empresa estão em dúvida, não fiquem: comecem a transformar sua companhia para ter o compliance das novas leis. Isso será juridicamente inevitável. Mas também, mercadologicamente inteligente. Seus usuários e consumidores vão gostar e você, sua empresa, poderão, se forem espertos e rápidos, ganhar upsides de negócio com isso, mantendo relações transparentes e mais eficazes com seus públicos.

Mas voltando ao meu lado pessoal, agora eu quero vender meus dados. Quem quer comprar? Façam seus lances!

Um repórter da Wired fez isso. Começou a tentar vender seus dados pessoais para as empresas. Diz ele que não  rolou, porque demandava dele uma determinação, uma organização, um puta trabalho de gestão, que não valia a pena.

Pois é pensando nisso que a Microsoft está cozinhando a fogo lento e longe das câmeras uma empresa chamada Bali. Quer dizer, Bali é o codinome de uma operação que vai jogar na mão de todos nós a possibilidade de vendermos de forma estruturada e operacionalmente viável, nossos dados pessoais para as companhias que acharem que somos seus potenciais consumidores. Puta sacada.

Veja matéria com mais detalhes sobre essa iniciativa aqui e aqui.

A reportagem da Inc. fala que, caso Bali seja bem sucedida, que a Microsoft vai quebrar toda a lógica da internet como a conhecemos. Pelo menos a lógica de acesso e controle de dados.

Pode até ser, não sei.

Fato é que, quem tiver operações que inteligentemente ajudem os consumidores e usuários a tirarem algum proveito da exploração que até agora se fez do que sempre foi nosso, vai sair na frente.

 

 

 

 

A nova – e madura – fase da Internet

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Crédito: reprodução

Se existe uma entidade central na minha vida profissional, ela atende pelo nome de Internet.

No ano passado, 2018, completei 21 anos de carreira. Toda ela tem sido marcada pela onipresença da rede mundial de computadores. Desde o início, como estagiário na revista Imprensa, até agora, como empreendedor na área de comunicação. Em 1998, jornalista na Gazeta Mercantil, tocava a cobertura para uma editoria chamada e-business, que tentava decifrar o início da transformação digital – que nem se chamava assim. Lembro que frequentava de duas a três coletivas de imprensa diariamente, com lançamentos e novidades de empresas que surgiam no “mundinho pontocom”. Escrevi um livro sobre o assunto (e-book na Amazon, aqui), centenas de reportagens e artigos sobre o tema e realizei incontáveis conversas, entrevistas e cafés relacionados ao assunto.

Se mais de duas décadas acompanhando intimamente esse mercado me ensinaram alguma coisa, é esta: o mundo digital nunca passou por uma fase tão madura como agora.

Antes que você me classifique como louco, explico.

De modo grosseiro, a história da Internet no mundo pode ser dividida em três fases. A primeira foi a de infraestrutura, de 1969 a 1994, marcada pela criação do protocolo TCP/IP, do hipertexto, do e-mail, da Web e dos navegadores. A segunda fase marcou a expansão comercial da rede, de 1994 em diante – quando surgiram as empresas pioneiras digitais, como Netscape, Amazon, Yahoo!, AOL e MSN, entre outras. Já a terceira etapa, de relacionamento, começou em 2004, quando surgiu o Facebook e as pessoas começaram a entender o tamanho do Google. Fase que dura até hoje.

Ou, melhor, durava.

(Parênteses para falar de Brasil; já voltamos ao tema principal.)

No Brasil, a linha do tempo seguiu ligeiramente diferente. Começou em 1988, no ambiente acadêmico, e até 1994 ficou restrita a pesquisadores, cientistas, geeks e nerds. A segunda fase, de 1994 a 1997, foi o tempo das nossas empresas pioneiras – Mandic, Zip.Net, NutecNet, UOL, Booknet e Cadê?.

A terceira etapa aconteceu entre 1997 e 1999, com a explosão comercial, a chegada dos gigantes estrangeiros e quando a rede passou a ser conhecida pelo público. Também foi a era das aberturas de capital (os grandes IPOs), dos fundos de investimento, do crescimento acelerado e do surgimento de centenas de empresas pontocom.

A quarta etapa aconteceu de 2000 a 2004 e foi marcada, logo de início, pela forte queda das ações da Nasdaq, no estouro da bolha especulativa do mercado financeiro. Foi a fase conhecida como “inverno nuclear”, marcada pelo “darwinismo digital”, com dezenas de empresas morrendo, muitas se consolidando (em fusões e aquisições) e pouquíssimas sobrevivendo com sucesso.

Por fim, a quinta fase da Internet brazuca começou, assim como nos EUA, também em 2004. Foi quando explodiu por aqui uma rede social chamada Orkut. Ela deu início à democratização, irrestrita e irreversível, da rede no Brasil. Fase que dura até hoje.

Ou melhor, durava.

(Fecha parênteses.)

Em 2019, podemos dizer que o mundo entra na Internet fase 4. O Brasil, na Internet fase 6.

A globalização e o avanço tecnológico fizeram com que, finalmente, as fases se unificassem. A partir de agora, a linha do tempo se torna a mesma.

E chega uma etapa nova. Que os especialistas estão começando a chamar de fase de autorregulação.

Você já entendeu: sabemos tudo e mais um pouco da Internet. Dominamos a tecnologia, os dispositivos, as conexões, as conversas. Agora, passamos a nos perguntar: “pra quê”?

“O que eu faço com tanta informação? E com tanta desinformação?”

“Preciso mesmo ficar online 20h por dia? Isso faz bem ou mal?”

“Faz sentido entrar nessa discussão, de forma tão escancarada? Ou é melhor me preservar?”

“Minha privacidade ainda vale alguma coisa? Ou o mundo, agora, é assim mesmo?”

As perguntas são inúmeras.

Nessa nova fase, chegou a hora de responde-las.

A beleza desse processo é que a Internet, que nasceu livre, tende a continuar desse jeito – mesmo com várias tentativas defendendo o contrário.

Significa que cabe a nós, somente a nós, responder a essas questões. Ou ignorá-las.

Ou, ainda, cair na tentação que toda beleza nos provoca, que é abusarmos do direito de usufrui-la – e, em vez de evoluirmos, perdermos tempo discutindo futilidades, exagerando no tom das discussões e simplesmente brigando, quando deveríamos buscar caminhos de consenso.

A nova fase da Internet é seu momento mais definitivo. Onde, depois de adquirir tantos conhecimentos e habilidades, vamos decidir para onde e como vamos seguir, como sociedade. Bem parecido com uma adolescência, ou com uma crise dos 40. Melhor: como uma crise dos 50, já que, em 2019, a Internet vai virar cinquentona.

Um novo rumo vem aí. Você está preparado?

Por que jornalismo? Porque a democracia morre no escuro.

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Imperdoável para um jornalista como eu ter assistido apenas semana passada pela primeira vez o filme The Post, sobre os bastidores da revelação dos Pentagon Papers, em 1971, pelo Washington Post, um pouco antes do próprio Post revelar o escândalo de Watergate, que resultou no impeachment de Nixon, em 1974.

O filme é de 2017, dirigido por Steven Spielberg, e tem como protagonista a sempre excepcional Maryl Streep e Tom Hanks. Uma obra sensacional, como você deve concordar se já assistiu (se ainda não assistiu, recomendo muito, é um ato de civilidade com você mesmo) e, nestes tempos de fake news e descrédito de quase tudo que é informação que circula pela internet, traz à tona a questão essencial não destes tempos, mas de todos os tempos: para que serve o jornalismo, afinal?

Não, não estou falando de produzir informação indiscriminadamente, o crowdsource, que é tão bem vindo, quando feito com comprometimento e seriedade. A massa dizendo ao mundo o que é o mundo, fenômeno típico da era digital, tão bem sincretizado no brilhante livro “Here comes Everybody: The Power of Organizing Without Organizations“, do pensador Clay Shirky.

Todo mundo é muito bem vindo na produção de informação. E cada vez mais será.

Mas se você entende a diferença entre uma pelada de futebol entre amigos no clubinho do bairro e um jogo de seleção, então você começa a entender meu ponto aqui.

Produzir e distribuir informações consistentes, checadas, avaliadas, aprofundadas, refletidas, profissionalmente apuradas, não é para amadores. É para pros.

Não sou corporativista, tipo, jornalista de carteirinha que defende a catigoria só porque ela é a catigoria. Tem muito jornalista bunda no mundo. Como tem profissionais bunda em todas as profissões. Além disso, exatamente porque têm em mãos um poder diferenciado sobre a difusão da informação, muitos coleguinhas se acham. Mais do que a ética recomenda. Serão sempre maus profissionais.

Só que não tem jeito: quanto mais o mundo digital da pós-verdade (anti-verdade, prefiro dizer) se espraia e contamina a sociedade com seu vírus da intolerância e da mentira, mais o jornalismo sério e profissional vai ganhar relevância. É diretamente proporcional.

Neste Domingo, hoje, quando publico este post, o Post vai veicular o primeiro comercial no Super Bowl de toda a sua história. Falando exatamente isso tudo que acabo de dizer aí acima.

A locução off fica por conta exatamente de Tom Hanks, que no filme The Post interpreta o editor executivo Ben Bradlee. Nada mais apropriado. Ótimo regate.

Jornalismo é para mostrar a sociedade os fatos que ela mesma produz, mas que não teria como saber que produz, se não houvesse jornalistas profissionais treinados para prescrutá-los e contá-los (jornalistas vão onde a multidão não consegue ir). Jornalismo existe para contrapor versões e deixar o público concluir suas próprias verdades. Existe para refletir sobre os fatos e analisá-los com a profundidade que no botequim não rola. Jornalismo existe para revelar mentiras escondidas e espalhar verdades obstruídas de serem públicas.

Jornalismo é a única vacina social global contra o vírus da anti-verdade.

Parabéns ao Washington Post por, corajosa e oportunamente, nos lembrar de tudo isso na maior audiência global da TV.

 

 

 

 

 

Estudo McKinsey: 10 tendências da Internet das Coisas


Infográfico: História da Internet

Vivo leva telefonia e internet para O Sétimo Guardião

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A Vivo, em parceria com a agência Africa, realizará uma ação de conteúdo na novela O Sétimo Guardião da Globo, que está prevista para ir ao ar a partir desta terça-feira, 26. De acordo com a companhia, a ação levará telefonia, internet 4.5G, WiFi, fibra ótica e TV por assinatura para Serro Azul, cidade fictícia da novela que não possui nenhuma dessas tecnologias.

 

Afrodite (Carolina Dieckmann) e os outros habitantes de Serro Azul usam seus celulares (Crédito: Cesar Alves/Reprodução Gshow)

Segundo Rodrigo Medeiros, diretor geral de mídia da Africa, a ação acontecerá por meio de um anúncio oficial feito na cidade fictícia e, durante a semana, o tema também aparecerá no enredo de alguns personagens. A novela O Sétimo Guardião foi escolhida para esta ação por conta de seu contexto. “Aliados aos roteirista da Globo, pensamos num conteúdo que encaixasse perfeitamente ao tema, mas que não interferisse no desenrolar da trama e, ao mesmo tempo, mostrasse a revolução que a Vivo pode promover ao criar conexões”, finaliza o diretor.

“Esta é a primeira vez que fazemos uma ação neste formato e entendemos que está muito alinhado ao nosso propósito: levar a qualquer lugar uma conexão de qualidade para que as pessoas possam ampliar suas possibilidades, viver novas experiências e se aproximar”, comenta Marina Daineze, diretora de imagem e comunicação da Vivo.

Para Eduardo Becker, diretor de soluções de negócios em conteúdo da Globo, a forma como as ações de conteúdo de marca foram construídas, desde a identificação da oportunidade, passando pela cocriação, até chegar no roteiro final, é um exemplo dos diferenciais da atuação da emissora. “Acompanhar a volta da Vivo ao nosso conteúdo, em uma ação tão importante para a história de ‘O Sétimo Guardião’, é motivo de comemoração e prova de que nossos esforços têm valido a pena”, afirma o diretor.

No final do mês passado, a comunicação da Globo revelou que a cena de O Sétimo Guardião exibida no dia 31 de janeiro, na qual os personagens Ypiranga e Scarlet Pitiguary (interpretados por Paulo Betti e Luiza Tomé) se preparavam para deixar a cidade de Serro Azul em uma Range Rover ‘voadora’ , não fez parte de uma ação de merchandising.

 

Internet dá passo importante para acabar com as senhas. Êita!

Web, 30 anos: a internet como um direito da humanidade

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Crédito: Anilyanik/iStock

Hoje, a denominação “www” é tão comum em nossas vidas que às vezes nem paramos para pensar o que esse termo significa para o mundo da internet. Há 30 anos, Tim Berners-Lee, físico britânico que trabalhava na Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (Cern, na sigla em inglês) propôs a criação do World Wide Web (www), inicialmente como um sistema de gerenciamento de documentos em hipermídia que seriam interligados e executados na internet com o objetivo de compartilhar informações entre diferentes computadores.

Para comemorar as três décadas desde a criação da rede mundial de computadores, Berners-Lee divulgou uma carta em destaca que  este “é o momento para celebrar o quão longe chegamos, mas também uma oportunidade para refletir sobre até onde temos de ir ainda”. Além disso, o físico alerta que apesar da internet ter criado oportunidades, dando voz a grupos marginalizados e facilitando as nossas vidas, ela também deu mais possibilidades a criminosos e fortaleceu aqueles que espalham o ódio.

Berners-Lee aponta três grandes ameaças que afetam a web que utilizamos hoje: ações maliciosas como crackers, ataques cibernéticos, comportamento criminoso e assédio online; os sistemas que criam incentivos perversos, como anúncios que recompensam o caça-clique e a disseminação viral da desinformação; e o debate polarizado, com baixa qualidade do discurso online.

 

Tim Berners-Lee inventou a World Wide Web quando trabalhava no Cern (Crédito: Reprodução/CERN)

O físico afirma ainda que há maneiras de melhorar a internet por meio da criação de leis e códigos para minimizar ataques e invasões, além da remodelação dos sistemas existentes e a elaboração de novas possibilidades. “Se desistirmos agora de construir uma web melhor, então a web não terá falhado conosco. Nós teremos falhado para com a web”, afirma.

Contrato para a Web
Berners-Lee defende a criação de um “Contrato para a Web”, que possibilitará que os cidadãos, junto às empresas e ao Estado, possam trabalhar em conjunto para garantir que a web seja reconhecida como um direito humano e construída para o bem público.

A web é para todos e, coletivamente, temos o poder de mudá-la. Não será fácil. Mas se sonharmos um pouco e trabalharmos muito, podemos conseguir a web que queremos

Segundo esse conceito, “os governos devem traduzir leis e regulamentos para a era digital”, garantir a competitividade e proteger os direitos e liberdades das pessoas. Já as companhias devem buscar pelo lucro, mas sem passar por cima dos direitos humanos, da democracia e da segurança pública. E que acima de tudo, a população deve cobrar das as empresas e dos governos os compromissos que assumiram. “A web é para todos e, coletivamente, temos o poder de mudá-la. Não será fácil. Mas se sonharmos um pouco e trabalharmos muito, podemos conseguir a web que queremos”, afirma Berners-Lee.

Doodle
Nas plataformas sociais, a hashtag #Web30 está reunindo publicações mundo afora sobre as três décadas desde a criação da World Wide Web.

Pela primeira vez, o Google comemora o aniversário da rede mundial de computadores com um Doodle, as imagens e animações gráficas do logotipo do Google em sua página de buscas principal. O Doodle relembra um computador antigo, quando se usava a internet discada (baseada na rede pública de telefonia), para carregar seus conteúdos.

 

Trecho do doodle do Google sobre o 30º aniversário da rede mundial de computadores (Crédito: Reprodução/Google)

 

Crédito da foto do topo: Gerd Altmann/Pixabay

Com sertanejo, RedeTV incrementa braço de canais digitais

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Canal reunirá clipes e conteúdo exclusivo de artistas da música sertaneja (Crédito: Divulgação)

Com mais de 7,4 milhões de inscritos em seu canal no YouTube, a RedeTV já vem procurando se posicionar como uma produtora de conteúdo multiplataforma. Ainda em 2017, a emissora iniciou a construção de um complexo de estúdios voltados exclusivamente para a produção de conteúdo para as mídias digitais. Em paralelo, também anunciou seus investimentos em uma plataforma de mídia programática que una o inventário da TV com o digital.

Desde o ano passado, a companhia passou a tratar a operação digital como uma área independente ao criar o Peanuts, uma network de canais que funciona de maneira separada da TV, cujos sócios são Amílcare Dallevo Jr. e Marcelo de Carvalho – proprietários da emissora. “Em vez de fechar os olhos para o digital e sua efetiva expansão, a RedeTV entrou de cabeça nesse mercado, que já está gigante, e através de uma soma de forças, os acionistas decidiram concentrar os ativos digitais da RedeTV em uma nova companhia, que além de administrar toda a extensão online da emissora, também cria, gerencia, distribui e comercializa conteúdo multiplataforma para influenciadores digitais”, explica Ricardo de Barros, superintendente artístico da Peanuts. De acordo com a emissora, a network recebeu um investimento inicial de R$ 35 milhões.

Atualmente, a network gerencia seis canais, além do oficial da RedeTV – entre eles “Os Marmottas” e “Não Caia na Roubada”. O portfólio acaba de ser incrementado com o Topzera, um novo canal dedicado à música sertaneja. “O gênero foi escolhido pelo gap do mercado de produção de conteúdo não só para o YouTube, mas para o meio online, de modo geral. O Topzera reunirá clipes dos maiores artistas sertanejos da atualidade, disponibilizando playlists exclusivas, além de conteúdo inédito, produzido pela Peanuts, como pocket shows, clipes, bastidores e fonogramas”, promete o superintendente artístico. O canal conta com uma parceria com a Sony Music.

A meta da Peanuts é chegar ao final de 2019 com mais de cem canais em seu portfólio. “O principal objetivo da network a curto e médio prazo é convergir as mais variadas tendências e vertentes de conteúdo no YouTube: beauty, gossip, reacts e daily vlogs são alguns exemplos das linhas editoriais que a companhia pretende abordar”, antecipa Barros.

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